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Você se julga ou se acolhe?

A redução da autocobrança e o bem-estar emocional

Você estuda, se prepara, pensa em todos os detalhes para fazer uma apresentação, e quando parte para a ação, acredita que as pessoas não veem importância no que você está dizendo, porque percebeu que alguém precisou sair para atender o celular ou uma outra pessoa bocejou.


Ao finalizar sua apresentação você acredita que seu desempenho foi péssimo, pois você esqueceu de falar algo que estava em seu planejamento, e têm a certeza de que todos perceberam seu nervosismo. Você acha que sua voz ficou trêmula e aquele papel que você decidiu segurar deixou claro que não estava no auge da sua confiança, mesmo com o feedback positivo de vários colegas sobre seu desempenho.


Muitas vezes nós temos uma pressão interna para um resultado espetacular, segundo nossa própria avaliação, que não condiz com a realidade. Avaliação essa com peso que não daríamos se outra pessoa estivesse passando pela mesma situação. E acabamos colocando em prática um estilo de pensamento chamado desqualificação do positivo. Parece que tudo que fizemos certo não tem valor, mas um ponto específico, mesmo que muito pequeno traz à tona uma avalanche de críticas e julgamentos conosco.


Quando ouvimos feedbacks positivos sobre nosso desempenho, pensamentos como: "qualquer um faria isso" ou "ele está falando isso só porque é meu amigo" podem surgir. Chamamos este estilo de pensamento de leitura mental, que é quando você imagina que sabe o que as outras pessoas estão pensando, e geralmente é algo negativo, como um julgamento sobre o seu desempenho ou atitude. Mas, na prática, conseguimos de fato saber o que o outro pensa?


Se situações como essas costumam acontecer com você, gostaria de te propor 2 exercícios:


1. Imagine que alguém que você ama muito passou pela mesma situação e você precisa dar um feedback a ela. Como você agiria? O que você diria? Será que você falaria a ela, a mesma coisa diria pra você?


Tenho certeza de que seu autojulgamento é muito maior, e que você relevaria diversos pontos ligados à condução dessa outra pessoa, que não relevaria de você mesmo. Então quero que você pense por que você pode aguentar tantas críticas de você mesmo? E qual o impacto emocional que essas mensagens de crítica, geram em você?


2. Quando nos criticamos, geralmente buscamos detalhes que confirmam nossos pensamentos. Então aqui vai a proposta do exercício oposto. Busque evidências que comprovem que este seu pensamento inicial (que chamamos de pensamento automático) pode estar errado.


Avalie: O que mais pode ter acontecido para que uma pessoa precisasse sair da apresentação para atender ao celular, ou por que será que outra pessoa bocejou? Será que ela precisou atender uma ligação do colégio do filho, ou estava esperando uma resposta importante? e a outra pessoa pode simplesmente não ter dormido bem aquela noite e estar cansada por este motivo, sem ter relação nenhuma com sua apresentação?


Gaste a mesma energia que costuma desprender para se criticar, para avaliar estes pensamentos de autojulgamento, considerando essas outras possibilidades e tratando a si mesmo, como trataria uma pessoa que você ama muito. E lembre-se de que essa pessoa, é você.


Bora lá?


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